Hoje, escutei no rádio uma música do Sorriso Maroto chamada 80 Anos. E teve uma parte que me chamou atenção, como se o universo (aquele mesmo universo que parece me punir todo dia) tivesse finalmente decidido falar comigo. Falar da gente.
“Talvez você me esqueça amanhã, beijando
Talvez eu só te esqueça aos oitenta anos
Talvez a gente volte daqui uma semana
Ou a gente foi escola um pro outro
Pra aprender como se ama”
E eu não consegui segurar a saudade. Nem as lágrimas.
Essa música me fez pensar. Talvez, como diz a música, a gente tenha sido escola um pro outro. Eu aprendi a amar com você. Aprendi a cuidar, a me entregar, a esperar… Você sabe que sempre aprendi com você. E acreditei que existe uma forma única de amar. Existe sim o abraço perfeito e o encaixe mágico.
E, mesmo agora, com a gente seguindo caminhos diferentes, isso ninguém me tira. Você foi o meu maior aprendizado. E o mais bonito também.
Tem sido difícil. Muito. Difícil lidar com a ausência. Difícil lembrar que não fui a sua escolha final. Difícil lembrar de todas as promessas e pactos e ter que lidar com o silêncio. Lembrar das ligações, dos “bom dias” e “boa noites” que sumiram. Me pergunto se, por acaso, você também pensa em mim.
Será que tudo aquilo que a gente prometeu um ao outro ainda vale de algum jeito? Um dia você era a minha notificação preferida. Hoje, estamos 100% bloqueados. Como pode tanto amor virar silêncio?
E aí a música seguiu.
“É difícil ter que entender
Dói demais, é melhor assim
Às vezes, deixar ir embora
É um começo e não um fim”
Talvez essa seja a parte mais cruel: entender que deixar ir também pode ser um ato de amor. Soltar a mão de quem a gente ama não é desistir. É respeitar o tempo, os caminhos, a vida. É aceitar que nem tudo que é bonito dura pra sempre, mas que ainda assim valeu a pena. Mesmo doendo, talvez seja melhor assim.
Mas, se eu tiver mesmo que te esquecer, que seja aos oitenta anos (ou nunca… foi só para criar uma conexão com a música). É melhor te esquecer só quando a vida já tiver me tirado tudo. Que você siga sendo aquela lembrança bonita, que me faz acreditar que o amor existe, mesmo quando ele não fica.
Porque a verdade é que você é o meu único amor. Esse sentimento, essa nossa história… mudaram a minha personalidade. Me transformaram. Me fizeram diferente, mais humano, mais sensível. Eu sou outra pessoa depois de te amar. E isso ninguém nunca vai apagar.
E se, por acaso, você já me esqueceu, tudo bem. Eu guardo a gente por nós dois.
Sempre. A gente.
