Dizem por aí que o tempo resolve tudo. Que ele acalma, coloca as coisas no lugar, apaga a dor. Mas… e até lá? O que eu faço com tudo isso que ainda tá aqui dentro, me sufocando, me apertando o peito?
Ficou uma bagunça depois que você foi embora. Ficou esse vazio. E essa mania de lembrar. Esses momentos que parecem não ter fim, onde tudo volta… tudo, menos você.
As pessoas falam como se o tempo fosse um remédio. Mas ninguém tá no meu lugar quando eu lembro de você. Quando uma música toca e de repente meu mundo desaba de novo. Quando me pego esperando por algo que já nem existe mais.
Tento seguir, juro que tento. Tento seguir igual você conseguiu. Mas paro nas lembranças que você deixou espalhadas por todo canto. Cada coisa me lembra você, cada olhada na janela do escritório, cada volta pra casa. Tudo ainda tá aqui, e cada passo pra frente parece um esforço enorme com os olhos ainda presos lá atrás.
Falam tanto do “depois”, mas esquecem que tem um “durante”. E é aqui que eu tô. Nesse meio do caminho, tentando me encontrar, tentando respirar. Carregando tudo o que ficou em mim depois que você não ficou.
Porque o tempo pode até curar, pode até resolver. Mas ele demora. E até que ele faça efeito, eu sigo assim… com o coração cheio do que a gente foi, tentando, dia após dia, me libertar do que ainda dói.
Quietinho aqui eu sempre desejo boa noite onde quer que você esteja. Vai que um dia você me escuta antes de me esquecer de vez.
Enquanto o tempo não cura, eu sigo aqui lembrando. E vou ser sincero, o tempo não vai curar. O tempo não cura o amor da vida!
